http://www.ocomuneiro.com/
Em Wall Street as expectativas crescem. Há fusões de grandes conglomerados e mais despedimentos massivos em perspectiva. As armadilhas da liquidez. Grandes aluviões de dinheiro – fictício, esbulhado, prometido - cachoam enlouquecidos, como manadas de bisontes em pânico. Flexibilidade, polivalência, just in time. Os ritmos aceleram para os sobreviventes da empregabilidade. Os nervos crispam-se no esforço. A TV vomita as suas obscenidades quotidianas. A terra está seca. Os peitos das mães acusam silenciosamente. Torrentes de humanidade “excedentária” afluem continuamente às megapólis de lata. As chuvas são ácidas. O barril do ‘brent’ está cotado em alta. Erguem-se novamente as cabeleiras rubras da guerra. De todos os cantos do mundo se levanta um mesmo clamor de revolta.
‘O Comuneiro’ pretende ser, dentro do mundo da língua portuguesa, um pequeno laboratório de pesquisa na busca de um propósito articulado nesta revolta. Para isso, serve-se dos instrumentos da crítica ao universo do capital forjados há cento e cinquenta anos e temperados desde então em milhões de lutas, grandes e pequenas, certas e equivocadas. Trabalho necessário, mais-valia, D-M-D’. Como do sangue, suor e fezes das grandes multidões laboriosas se foram amassando as riquezas acumuladas nas mãos dos poucos, reproduzindo-se o ciclo incessantemente com uma regularidade cega e brutal. Até que a rotativa da valorização entra em panne mortal. O velho red doctor, nas insónias do Soho, viu tão bem e tão longe que só hoje começamos a compreendê-lo verdadeiramente. Ou só hoje as duras esquinas do real parecem obstinar-se a preencher e cumprir fielmente os seus conceitos.
Que um outro mundo é possível, ninguém o duvida. Menos que todos os ideólogos estipendiados para o negar, que são as únicas vozes autorizadas no novo Leviatã totalitário da “globalização”. Mas os futuros possíveis arrancam do que é presente, do que se compreende a si próprio como movimento e razão. O nosso desígnio é pois tornar esse movimento e essa razão presentes a si próprios. Para que, de entre os miasmas em decomposição do mundo mercantil (e seu bailado de fetiches), se ergam as novas vozes prontas a reclamar e fazer sua a própria vida. Em comum. Saltando as cercas. Rasgando a mãos juntas os velhos protocolos da exclusão e do enclausuramento proprietário.
SALUDEm Wall Street as expectativas crescem. Há fusões de grandes conglomerados e mais despedimentos massivos em perspectiva. As armadilhas da liquidez. Grandes aluviões de dinheiro – fictício, esbulhado, prometido - cachoam enlouquecidos, como manadas de bisontes em pânico. Flexibilidade, polivalência, just in time. Os ritmos aceleram para os sobreviventes da empregabilidade. Os nervos crispam-se no esforço. A TV vomita as suas obscenidades quotidianas. A terra está seca. Os peitos das mães acusam silenciosamente. Torrentes de humanidade “excedentária” afluem continuamente às megapólis de lata. As chuvas são ácidas. O barril do ‘brent’ está cotado em alta. Erguem-se novamente as cabeleiras rubras da guerra. De todos os cantos do mundo se levanta um mesmo clamor de revolta.
‘O Comuneiro’ pretende ser, dentro do mundo da língua portuguesa, um pequeno laboratório de pesquisa na busca de um propósito articulado nesta revolta. Para isso, serve-se dos instrumentos da crítica ao universo do capital forjados há cento e cinquenta anos e temperados desde então em milhões de lutas, grandes e pequenas, certas e equivocadas. Trabalho necessário, mais-valia, D-M-D’. Como do sangue, suor e fezes das grandes multidões laboriosas se foram amassando as riquezas acumuladas nas mãos dos poucos, reproduzindo-se o ciclo incessantemente com uma regularidade cega e brutal. Até que a rotativa da valorização entra em panne mortal. O velho red doctor, nas insónias do Soho, viu tão bem e tão longe que só hoje começamos a compreendê-lo verdadeiramente. Ou só hoje as duras esquinas do real parecem obstinar-se a preencher e cumprir fielmente os seus conceitos.
Que um outro mundo é possível, ninguém o duvida. Menos que todos os ideólogos estipendiados para o negar, que são as únicas vozes autorizadas no novo Leviatã totalitário da “globalização”. Mas os futuros possíveis arrancam do que é presente, do que se compreende a si próprio como movimento e razão. O nosso desígnio é pois tornar esse movimento e essa razão presentes a si próprios. Para que, de entre os miasmas em decomposição do mundo mercantil (e seu bailado de fetiches), se ergam as novas vozes prontas a reclamar e fazer sua a própria vida. Em comum. Saltando as cercas. Rasgando a mãos juntas os velhos protocolos da exclusão e do enclausuramento proprietário.
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